Dolbuck chegou a nosso país direto em VHS, pela distribuidora de “Toshi” na época – a Everest Vídeo. O lançamento oficial se deu em 1986 e um dos motivos pelos quais Toshi teria escolhido a série seria o visual similar ao de um determinado desenho americano – que “emulava” o estilo das animações japas – chamado de Transformers. A ideia de pegar carona em cima do sucesso que a série dos carros-rôbos fazia deu super-certo, a ponto das encomendas de Dolbuck chegarem à casa das três mil fitas – enquanto outros animes patinavam na casa das duzentas fitas vendidas.
Os primeiros volumes tiveram uma ótima saída em 1986, mas quis o destino que a molecada ficasse fascinada com as capitchas de Jaspion e Changeman e os heróis começassem a ter uma procura mais intensa no mercado. Resultado: enquanto Dolbuck tinha suas vendas caindo a cada lançamento, as séries tokusatsu pegavam fogo. Segundo Michel Matsuda (integrante do lendário grupo Neo Animation, que fazia alegria do povo com vídeo-exibições em sampa nos anos 90) foram lançadas 13 fitas, com dois episódios cada. Da mesma forma que as fitas de tokusatsu lançadas na época, onde Toshi colocava um monte de imagem de outras séries (como Bioman :P) na contra-capa, a partir do volume 2 de Dolbuk, as imagens que ilustravam a contra-capa eram do anime Gall Force (!!!).
Tais fitas se tornaram objeto de colecionador, mas ainda é possível encontrar algumas em sites de venda virtual. Se bem que um fã lançou uma versão ripada dos DVDs originais japas lançados no final de 2003, e editou com o áudio remasterizado dessas fitas, produzindo um material pirata de primeira, que faz você pensar 10 vezes antes de comprar uma fita mofada :P.
A versão brasileira da série ficou a cargo da Álamo, que desde aquela época era praticamente “especialista” em dublar produções da Terra do Sol Nascente. O elenco apresenta muitos nomes famosos e lendários que trabalharam em séries tokusatsus (como o falecido Líbero Miguel – Monarca La Deus em Flashman – dublando o comandante do exército federal japonês) e o trio principal ficou a cargo de Eduardo Camarão (Green Flash em Flashman) como Masato, Carlinhos Laranjeira (Blue Flash em Flashman) como Pierre e Rosa Marli Baroli (Princesa Yan em Maskman) como Louise. Ironicamente, Eduardo e o falecido Carlinhos fariam uma dupla novamente alguns anos depois em Zillion, como Champ e JJ respectivamente.
Nomes alterados, personagens diferentes com a mesma voz no mesmo episódio (hein?!) e até mulher dublando homem (a dubladora Telma Lúcia, que fez a Nana adulta em Changeman, dublou o personagem Jack x_x) são algumas pérolas inesquecíveis daquela década em que muitos chamam de “anos perdidos”. Realmente, em se tratando de animes lançados em VHS por aqui, temos um vasto catálogo de títulos perdidos… Dolbuck permaneceu por um bom tempo como um deles, mas a lembrança dos fãs mantém essa e outras produções “vivas” – nem que seja como uma matéria do nosso acervo.
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